Mas bah, tchê! Notícias da capital dos gaúchos com um toque abagualado.

Tudo teve início no final da tarde do dia 21 de março, quinta-feira, quando a prefeitura de Porto Alegre homologou o novo preço da passagem de ônibus na capital gaúcha. A tarifa passou a valer R$ 3,05. O aumento foi de 7,02% em relação aos atuais R$ 2,85.

Descontentes com o reajuste, centenas de estudantes iniciaram uma série de protestos nas ruas da cidade. Dia 25 de março, segunda-feira, por volta das 18 horas, os estudantes se reuniram em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, bloqueando a Avenida Ipiranga por três horas, ocorrendo pequeno tumulto entre os protestantes e a Brigada Militar.

                                                   Foto: Gabriela Rabaldo

                                                      Foto: Gabriela Rabaldo

Organizado através das redes sociais, o protesto do dia 27 de março, quarta-feira, em frente ao Paço Municipal, foi o ápice. A intenção era de ser um protesto pacífico, mas, contidos pelos policiais, um grupo radicalista começou a reagir, tentando invadir a prefeitura e depredando o patrimônio público, causando grande tumulto entre os protestantes e as autoridades presentes. A partir desse protesto, da cobertura um pouco “inadequada” da mídia dando ênfase apenas ao grupo radicalista, desviando da ideia principal do ato e da brutalidade da Brigada Militar, milhares de pessoas se mobilizaram pelas redes sociais marcando um novo protesto.

O dia 1 de abril, segunda-feira, foi marcado pela reunião do prefeito Fortunati com grupo de entidades estudantis para debater o preço da passagem (segundo ativistas, o grupo recepcionado na prefeitura era de estudantes ligados ao partido do prefeito) e pelo maior protesto ocorrido, reunindo cerca de 5 mil pessoas. Com início às 18 horas em frente à prefeitura e com forte vigilância da Brigada Militar.                                             Foto: Carlos Eduardo de Quadros

Às 18h30min os protestantes iniciaram a marcha pela Avenida Júlio de Castilhos, guiados por uma Kombi branca com autofalantes, cantando músicas e gritos de guerra contra o aumento da passagem, encerrando a marcha no Largo Zumbi dos Palmares. O ato do dia 1 de abril ocorreu tranquilamente, sem necessidade de interferência da polícia.

No dia, 4 de abril, quinta-feira, o juíz Hilbert Obara, da 5ª Vara da Fazenda, concedeu uma liminar suspendendo o reajuste da passagem de ônibus de Porto Alegre, em atendimento a uma ação cautelar protocolada pelo PSOL do Rio Grande do Sul, partido que esteve presente em todos os protestos. A notícia do retorno para a tarifa de R$ 2,85 foi divulgada durante um protesto que ocorria abaixo de chuva, reunindo aproximadamente 4 mil pessoas (segundo a Brigada Militar), a partir da divulgação o protesto virou uma “festa”, assegurando que a voz, o desejo do povo é maior do que qualquer autoridade/partido político.                                                            Foto: Ricardo Duarte

Gabriel Santos